Sobe para 258 número de mortos em terremoto na Indonésia; muitas das vítimas são crianças
Tremor na ilha de Java deixou pelo menos 151 pessoas desaparecidas e mais de mil feridos
RESUMINDO A NOTÍCIA
Mais de 2.200 casas foram danificadas e mais de 5.300 pessoas foram deslocadas
Autoridades trabalham para determinar a extensão total dos danos
Destruição foi agravada por uma onda de 62 tremores secundários
Indonésia registra com frequência terremotos por estar na região do Círculo de Fogo
O número de mortos após um terremoto de magnitude 5,6 na ilha indonésia de Java subiu para 258, segundo novo balanço desta terça-feira (22). Muitas das vítimas são crianças que estavam em suas escolas quando o tremor ocorreu.
O epicentro do terremoto foi detectado perto da cidade de Cianjur, na província de Java Ocidental, a mais populosa do país.
Pelo menos 151 pessoas ainda estão desaparecidas e mais de mil ficaram feridas, disse Suharyanto, chefe da agência nacional de mitigação de desastres da Indonésia, em entrevista coletiva.
A agência de mitigação de desastres da Indonésia (BNPB) disse que mais de 2.200 casas foram danificadas e mais de 5.300 pessoas foram deslocadas. A eletricidade caiu e interrompeu os esforços de comunicação, disse o chefe do governo de Cianjur, acrescentando que um deslizamento de terra estava bloqueando as retiradas em uma área.
Centenas de vítimas foram tratadas no estacionamento de um hospital, algumas sob uma tenda de emergência. Em outras partes de Cianjur, os moradores se amontoaram em esteiras em campos abertos ou em tendas, enquanto os prédios ao redor foram reduzidos quase inteiramente a escombros.
Autoridades ainda estão trabalhando para determinar a extensão total dos danos causados pelo terremoto, que ocorreu a uma profundidade relativamente rasa de 10 km, de acordo com a agência meteorológica e geofísica (BMKG).
“Não restou nada”
Muitas pessoas acamparam ao ar livre na escuridão quase total, cercadas por escombros, vidros quebrados e grandes pedaços de concreto.
Os médicos atendem os feridos em hospitais de campanha que foram improvisados após o terremoto, que também foi sentido na capital, Jacarta.
Pessoas de luto aguardavam que as autoridades entregassem os corpos de seus familiares para os enterros de acordo com os ritos islâmicos.
Em um abrigo na localidade de Ciherang, perto de Cianjur, as pessoas tentavam entender a tragédia.
Nunung, uma mulher de 37 anos, conseguiu retirar o filho de 12 anos dos escombros de sua casa. “Gritei e pedi ajuda, mas ninguém veio. Tive que cavar para nos libertar”, disse à AFP, com o rosto ainda coberto de sangue seco.
“Não restou nada. Não há nada que possa ser salvo, exceto as roupas que estamos vestindo”, afirmou.
A destruição foi agravada por uma onda de 62 tremores secundários, com magnitudes de 1,8 a 4 graus, na cidade de 175 mil habitantes.
A Indonésia registra com frequência terremotos por estar localizada na região conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, ponto de encontro de placas tectônicas.
O país continua marcado pelo terremoto de 26 de dezembro de 2004, de 9,1 graus de magnitude, na costa de Sumatra.
O tremor desencadeou um tsunami devastador que matou 220 mil pessoas na região, incluindo 170 mil na Indonésia, uma das maiores catástrofes naturais registradas na história.