O ministro da Economia, Paulo Guedes, questionou nesta sexta-feira (18) declarações de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que colocam em confronto o pagamento de benefícios sociais e a responsabilidade fiscal por parte do governo. A fala foi proferida durante a comemoração de 30 anos da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia.
“Disparamos o maior programa social que já houve e com responsabilidade fiscal, então que historinha é essa de conflito social e fiscal? Não acreditem nas narrativas políticas, acreditem nos números. Se [Lula] fizer menos barulho e trabalhar mais com a cabeça e menos com a mentira, talvez possa ser um bom governo. Só depende de não mentir. Depende de outras coisas também”, afirmou Guedes.
No mesmo sentido discursou o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri. Em sua fala, ele rejeitou a narrativa petista de que responsabilidade fiscal e social são incompatíveis na gestão do Orçamento.
“Responsabilidade fiscal não é incompatível com desenvolvimento social do país, muito pelo contrário, o que pode comprometer o desenvolvimento social do país é nós perdermos o rumo na política fiscal, começarmos a não conseguir mais rolar nossa dívida a taxas aceitáveis e cada vez mais descarrilhar a economia brasileira”, disse Boueri.
Na abertura de mesa do evento, o ministro Adolfo Sachsida, da pasta de Minas e Energia, demonstrou insatisfação com a comparação feita entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação à fonte de custeio dos recursos do Auxílio Brasil, que voltará a ser chamado de Bolsa Família em 2023.
“A nossa política econômica sempre se pautou por um modelo de equilibro geral. Toda vez que aumentávamos os gastos, no momento, ou travamos o aumento do gasto futuro, ou compensávamos via arrecadação. Então, você não pode pegar e falar assim: ‘o governo da PEC de Transição vai gastar o mesmo que o governo Bolsonaro gastaria, então não pode reclamar’, errado”, avaliou.